segunda-feira, 16 de novembro de 2015

[Resenha] O Lugar Escuro

Título: O Lugar Escuro
Autor: Heloisa Seixas
Minha avaliação: 

Editora: Ponto de Leitura
Ano: 2013
Páginas: 135 - Edição de bolso


Sinopse:

As mudanças de personalidade, a depressão, as monomanias, a paranóia psicótica, o medo, as alucinações. Como lidar com alguém que está sendo afetado de forma inexorável pelo mal de Alzheimer? E pior – o que fazer quando esse alguém é sua mãe?

Em O Lugar Escuro, Heloisa Seixas narra uma história real, a sua própria, entrelaçada com um pesadelo familiar. Todas as fases da lenta degradação de uma mente comprometida são descritas de forma minuciosa e assustadora neste livro que, de tão fantástico, às vezes parece ficção, ou "uma espiral assombrada", como define a escritora.

Mas quem já conviveu com pessoas afetadas pelo mal de Alzheimer sabe que a realidade é assim – uma sucessão de memórias perdidas, um vazio que vai tomando tudo, uma realidade fugidia, em que o doente se transforma no avesso de si mesmo. Como quem procura pistas para sair de um labirinto, Heloisa Seixas reproduz essa trajetória, que nos assusta e atrai, com sua dose diária de estranhamento e loucura. Das raízes familiares, num casarão da Bahia, à vida no Rio dos anos dourados, Heloisa faz uma viagem ao passado de sua mãe, esquadrinhando a mente que aos poucos se estilhaça.

O Lugar Escuro é um relato corajoso – narrativa catártica que tem o poder de emocionar, e também de aproximar o leitor desse cotidiano que massacra um número cada vez maior de pessoas e que é a principal causa de demência entre idosos no Brasil e no mundo.

Segundo dados da Academia Brasileira de Neurologia, com o crescimento da população com mais de 60 anos no país – que deve chegar a 24 milhões de pessoas daqui a dez anos – o mal de Alzheimer deve se tornar um problema de saúde pública. Hoje, no mundo, já se contabilizam mais de 20 milhões de casos da doença.
 
Comentários:

Este foi um dos livros mais ambíguos que li. A autora descreve os momentos de demência que viveu com sua mãe. Na narrativa é perceptível a negação da autora quanto a doença, bem como sua forma de lidar com a mesma. Aí se encontram passado e presente juntos e colidindo diante do cuidado. 
É uma leitura para refletir a nossa vulnerabilidade diante do amanhã, diante do envelhecimento e diante de quem cuidará. Tive muitos conflitos ao ler este livro, por conviver com minha avó de 90 anos com demência, e não aprovar muitas atitudes da autora, mas no fim cheguei a conclusão, cada um passa pela vida de uma forma e foi dessa forma que ela está aprendendo a lidar com a doença da mãe. 
Recomendo para quem quer experimentar estes sentimentos de confrontos que tive, se não é melhor não ler. 

Boa leitura, amorecos!!

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